Taxas de juros seguem em alta em meio a risco fiscal e ruídos entre BC e Planalto

02/jul 11:19
Por Luciana Xavier / Estadão

O Tesouro tenta conter a volatilidade ao reduzir ao mínimo os lotes oferecidos no leilão de NTN-B e LFT, mas mesmo assim os juros futuros seguem com viés de alta, em linha com o dólar, influenciados pela percepção de risco fiscal. A sessão é permeada pelos ruídos entre Planalto e Banco Central.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a decisão da autoridade monetária de interromper o ciclo de cortes de juros se deve mais a ruídos do que a fundamentos econômicos. E rebateu as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que seu trabalho é técnico. “Aumentamos juros na eleição em que Lula foi eleito”. Mais cedo, Lula disse achar que “definitivamente” Campos Neto tem “viés político”.

A pressão na curva de juros também continua apesar de a Aneel ter aprovado a redução tarifária da Enel SP a partir da próxima quinta-feira, 4 de julho, com uma economia média de 2,43% para os consumidores.

Às 11h06 desta terça, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,855%, de 10,838%, e o para janeiro de 2027 subia a 12,125%, de 12,078% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2029 subia a 12,425%, de 12,381% segunda-feira no ajuste.

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