Testemunhas depõem no Congresso dos EUA sobre possível encobrimento de óvnis; entenda
A quarta-feira, 26, em Washington, nos Estados Unidos, foi marcada por uma audiência no Congresso que atraiu olhares de todo o mundo e que foi descrita por alguns congressistas como uma das discussões mais bipartidárias já vista no Capitólio. Um pequeno grupo de legisladores pressionou o governo por mais transparência sobre óvnis (também chamados de UFOs ou UAPs) e ouviu depoimento de testemunhas que deram seus relatos sobre supostos encontros com fenômenos não identificados.
Convocada por um subcomitê de Supervisão da Câmara, a discussão, que durou cerca de duas horas, oscilou entre declarações de preocupação sobre a potencial ameaça à segurança nacional representada por objetos desconhecidos voando perto de aeronaves militares dos EUA e declarações mais extremas com alusões a conspirações do governo para esconder a existência de formas de vida alienígenas.
A audiência desta quarta-feira não foi a primeira no Congresso sobre óvnis. Entretanto, foi incomum pois se concentrou em testemunhas oculares dos fenômenos, enquanto audiências anteriores contaram com depoimentos de funcionários mais graduados do governo que não afirmaram ter tido experiência direta com UAPs. Veja abaixo os principais pontos da audiência.
Acobertamento de informações?
“Nós não estamos sozinhos, e as autoridades dos Estados Unidos estão escondendo evidências”, afirmou David Grusch, ex-funcionário de inteligência dos Estados Unidos. Grusch era, para a maior parte do público, a testemunhas mais esperada depois de, em junho, ter falado para a imprensa que os EUA possuem veículos alienígenas “intactos e parcialmente intactos”.
Quando pressionado para fornecer detalhes durante a audiência, ele reiterou várias vezes que não poderia comentar em um ambiente público devido à classificação sigilosa das informações. Ele afirmou que o governo dos Estados Unidos está ocultando informações sobre UAPs não apenas do público, mas também do Congresso, e que pessoalmente entrevistou pessoas com conhecimento direto sobre naves não humanas.
“Meu depoimento é baseado em informações que venho recebendo de indivíduos com uma longa trajetória de legitimidade e serviço a este país, muitos dos quais também compartilham evidências convincentes, como fotografias, documentação oficial e depoimentos orais classificados”, disse Grusch aos legisladores.
Tim Burchett, que é um dos líderes do esforço da Câmara para descobrir mais sobre os programas de OVNIs do governo, concorda com a ideia de que o governo tem ocultado informações e disse no início da audiência que “o que está encoberto será descoberto”.
A posição do Pentágono
O Pentágono negou as alegações de Grusch de encobrimento. Em um comunicado, a porta-voz do Departamento de Defesa, Sue Gough, disse que os investigadores não descobriram “nenhuma informação verificável para substanciar as alegações de que quaisquer programas relativos à posse ou engenharia reversa de materiais extraterrestres tenham existido no passado ou existam atualmente”. A declaração não abordou OVNIs que não são suspeitos de serem objetos extraterrestres.
Testemunhas de avistamentos
As outras duas testemunhas da audiência eram os ex-pilotos de caça da Marinha, David Fravor e Ryan Graves. Eles descreveram encontros com objetos desconhecidos – separados por uma década e um continente. Nenhum dos pilotos especulou sobre a proveniência do que viram. Os avistamentos foram relatados ao obscuro Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais do Pentágono, que analisa dados de radar, imagens de vídeo e contas fornecidas por oficiais superiores.
“Se os UAP são drones estrangeiros, é um problema de segurança nacional urgente. Se for outra coisa, é uma questão para a ciência. Em ambos os casos, objetos não identificados são uma preocupação para a segurança do voo”, disse Graves ao comitê. Ele disse que sua organização recebeu depoimentos de mais de 30 testemunhas oculares do UAP, a maioria deles pilotos de linhas aéreas comerciais.
Violência para acobertar?
Durante a audiência, Burchett perguntou a Grusch se ele tinha “conhecimento pessoal de pessoas que foram prejudicadas ou feridas nos esforços para encobrir ou ocultar essa tecnologia extraterrestre. Grusch respondeu afirmativamente.
Grusch, um denunciante que disse ter sofrido retaliação por tornar público o que sabe sugeriu que dizer o que sabia poderia prejudicá-lo. Ele disse a Burchett que conhecia “pessoalmente” pessoas que foram prejudicadas ou feridas em meio a um encobrimento. Mas quando pressionado por Burchett sobre se pessoas foram assassinadas como parte de um esforço do governo para esconder óvnis, ele disse que não poderia falar sobre isso em uma sessão pública.
“Você já ouviu falar [de alguém sendo] assassinado que você conhece ou ouviu falar?” Burchett perguntou. “Eu encaminhei pessoas com esse conhecimento para as autoridades apropriadas”, disse Grusch.
Transparência e ceticismo
A maioria dos legisladores na audiência pediu mais transparência do governo, mas também havia algum ceticismo. Eric Burlison, republicano do Missouri, disse que “o conceito de que uma espécie alienígena é tecnologicamente avançada o suficiente para viajar bilhões de anos-luz e chegar aqui, e é de alguma forma incompetente o suficiente para não sobreviver à Terra e cair, é algo que acho um pouco distante”.
(Com agências internacionais)