TJD rejeita recurso do Carangola no sub-17

Polêmica no final de temporada do futebol petropolitano. Em julgamento realizado anteontem à noite, no Rio, o Tribunal de Justiça Desportiva rejeitou o recurso do Carangola sobre seu pleito no Campeonato Municipal de sub-17 e, sendo assim, a composição da semifinal da competição está mantida. Os carangolenses avisaram que vão recorrer. 

A entrada do Serrano como terceiro interessado mudou o rumo do processo. Sendo assim, o Carangola não obteve êxito em pedir para que um item do regulamento, que trata do WO para uma equipe que deixar de jogar o campeonato, impondo o placar de 3 a 0. Com a decisão do TJD, os resultados conquistados por Serrano e Corrêas – outros semifinalistas que golearam o Boa Esperança – estão mantidos.

O clube do Divino alegou ainda que, mesmo com 16 pontos ganhos, acabou prejudicado no saldo de gols, perdendo o direito de decidir o título numa eventual classificação em casa. Através de seu coordenador geral da base, Robson Leandro, o Carangola pretende recorrer da decisão, já que defende a tese de que o Boa Esperança deixou a competição e que todos os seus placares contra seus adversários sejam 3 a 0, conforme prevê o regulamento. Já o Serrano quer a manutenção de seu resultado contra o Boa Esperança, que foi a goleada por 8 a 2.

Carangola se defende de episódio de ação no sub-17 – Defensor ferrenho das decisões em campo, o Carangola surpreendeu a comunidade do futebol amador da cidade, recentemente, quando ingressou com um efeito suspensivo adiando a definição dos semifinalistas do Campeonato Municipal de futebol sub-17. Em entrevista à Tribuna, Robson Leandro – coordenador da base – justificou a medida adotada por seu clube.

Robson afirmou que a 15 dias da última rodada do Municipal de sub-17 recebeu uma informação, da Liga Petropolitana de Desportos, indicando que era iminente a saída precoce do Boa Esperança não só nessa competição, mas no sub-15 também. Ou seja, de acordo com o dirigente do Carangola, as equipes do Vale do Cuiabá estariam fora de vez das disputas. Entretanto, isso não fora oficializado pelo clube e tampouco pela entidade que organiza os campeonatos oficiais do município.

Quando chegou na última rodada, no entendimento do Carangola, a LPD deu WO para a partida entre o clube do Divino e o Boa Esperança, o que considerou um equívoco, já que sabia da desistência do adversário. A entidade deu a vitória aos carangolenses por 3 a 0, conforme prevê o regulamento em casos como esse. Só que, na pontua- ção geral, ficou empatado com o Serrano, mas perdeu no saldo de gols, o que numa semifinal é importante porque, com uma classificação melhor, um time decide em casa no segundo jogo.

O coordenador da base do Carangola disse ter evocado um item do regulamento para justificar a ação na justiça desportiva, que interrompeu o campeonato desde a semana passada. Segundo Robson, quando um time desiste da disputa, todos os outros resultados na competição são anulados e se tornam 3 a 0. “O Boa Esperança foi goleado por todo mundo. Quando chegou para jogar contra a gente, desistiu e a LPD deu 3 a 0. É óbvio que o Carangola foi prejudicado porque, no saldo de gols, ficamos atrás de concorrentes da semifinal. Por isso, tomamos a medida de ir à justiça para que todos aqueles que jogaram contra o Boa Esperança tenham seus placares igualados ao nosso da última rodada”, explicou ele.

Adversário desaprova ação que paralisou o Municipal – O efeito suspensivo impetrado pelo Carangola, na semana passada, que paralisou o Campeonato Municipal de futebol sub-17, foi alvo de críticas por parte do Serrano, um dos semifinalistas da competição. O clube criticou o adversário e vê incoerência na ação judicial que, na sua opinião, trouxe prejuízo ao calendário e ao futebol da cidade.

Para o presidente do Serrano, Alexandre Beck, o China, o Carangola sempre defendeu que as divergências sejam resolvidas por meio do diálogo, sem prejudicar o campeonato e seus atletas. Estranhou a mudança de direção tomada pelo clube rival, por causa da polêmica que também envolveu o Boa Esperança. “Acho engraçado como o Carangola sempre criticou as ações na justiça. Era o clube que sempre falou que a prioridade eram as crianças, de deixar a bola rolar. Agora o prejuízo técnico fica evidente, porque teremos que esperar uma decisão da justiça para que a semifinal ocorra”, frisou China.

O técnico da equipe sub-17 do Serrano, Francisco Lima, o Chico, também é outro que vê incoerência na atitude do Carangola que resultou na paralisação do campeonato de juvenil. Para ele, a briga imposta pelo adversário é apenas por uma classificação na semifinal, muito pouco, segundo ele, para atrapalhar o andamento da disputa pelo importante título. “Querer que o campeonato seja paralisado para que o Boa Esperança seja eliminado é muito pouco. O Boa Esperança, aliás, deixou de jogar a última rodada justamente contra o Carangola e a LPD, corretamente, aplicou a lei e lhe deu a derrota por 3 a 0. Portanto, não é razão para interromper uma disputa que estava muito boa, por sinal”, declarou o treinador.

A Liga Petropolitana de Desportos puniu o Boa Esperança pela derrota de 3 a 0, na última rodada, porque o time do Vale do Cuiabá não foi a campo. O Carangola, que se disse prejudicado, entrou com um efeito suspensivo através do advogado Ademar Barros, que na Federação de Futebol do Rio paralisou a competição. Além disso, devolveu o processo a Comissão Disciplinar para que esta ou o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva resolva a pendência.

O Carangola deseja que o Boa Esperança seja eliminado sumariamente da competi- ção, assim todos os times que enfrentaram o alviverde de Cuiabá terão o placar de 3 a 0. O que incomodou é que o Serrano, Corrêas e Carangola terminaram rigorosamente empatados em pontos ganhos. Por outro lado, no saldo de gols, os carangolenses ficaram atrás de seus concorrentes e, na defini- ção da semifinal da categoria, ficaria em terceiro lugar. O caso segue ainda sem uma solução. 

Serranistas aprontam geração para o profissional – Fora da questão polêmica do sub-17, o Serrano começa a preparar uma nova geração de jogadores visando abastecer o profissional futuramente. Chico Lima elogiou alguns jogadores semifinalistas do juvenil, como o camisa 10 Hugo e o zagueiro Matheus, destaques do time na campanha do Municipal