Tóquio: comitê deve escolher mulher como chefe após reação a machismo
O comitê organizador da Olimpíada Tóquio-2020 pedirá à ministra da Olimpíada do Japão, Seiko Hashimoto –que competiu em sete Jogos como ciclista e patinadora– que seja sua nova presidente na esteira da renúncia do ex-chefe do órgão devido a comentários sexistas, noticiou a emissora pública NHK nesta quarta-feira.
Yoshiro Mori deixou a presidência do comitê na semana passada depois de dizer que as mulheres falam demais, mais um revés para uma Olimpíada já ofuscada por um adiamento de um ano provocado pela pandemia de Covid-19 e uma oposição pública forte por causa do coronavírus.
O comitê perguntará a Hashimoto se ela quer assumir o cargo, disse a NHK. “O comitê de seleção está caminhando para convidá-la”, disse a emissora.
A agência de notícias Kyodo disse que o comitê organizador da Tóquio-2020 se reunirá nesta quinta-feira (18) para selecionar um novo presidente.
Hashimoto não quis comentar para a reportagem.
“O comitê de seleção foi montado, e os procedimentos estão em andamento. Não tenho nada a dizer além disso”, disse ela aos repórteres.
Hashimoto nasceu pouco dias antes do início da Olimpíada de Tóquio de 1964, e seu primeiro nome se baseias nas palavras japonesas para ‘chama olímpica’. Ela participou de quatro Olimpíadas de Inverno como patinadora de velocidade e de três Olimpíadas de Verão como ciclista.
Parlamentar de 56 anos do partido governista japonês, ela atua como ministra da Olimpíada, e ainda faz as vezes de ministra do Empoderamento Feminino, desde 2019. O jornal Asahi Shimbun disse que, se assumir o novo cargo, terá que deixar de ser ministra da Olimpíada.
Hidemasa Nakamura, um dos diretores da Tóquio-2020, disse que não tinha nada a dizer além de um comunicado à imprensa segundo o qual o comitê de seleção debateu candidatos específicos.