Trabalhadores da obra da BR-040 fazem protesto reivindicando reajuste salarial
Na manhã de hoje, cerca de 20 trabalhadores da Nova Subida da Serra de Petrópolis se manifestaram em frente ao canteiro de obras do Consórcio responsável pela intervenção, na altura do Belvedere, para reivindicar reajuste salarial de 10,5%, retroativo ao mês de fevereiro, vale-alimentação no valor de R$ 370 e abono das “faltas” de metade dos dias não trabalhados pelos funcionários que estão em greve há 22 dias. Porém, de acordo com o diretor do Siticom, sindicato da categoria, José Ailton, o Consórcio não concorda com as solicitações e não quer diálogo.
Já em documento enviado ao sindicato pelo Consórcio, as empresas afirmam que estão abertas ao diálogo, mas a greve foi realizada de forma precipitada e indicando que não estava havendo nenhum tipo de negociação e, por isso, iniciativas como essa devem ser censuradas e não apoiadas pela entidade sindical. No documento foi apontado ainda que o Consórcio concorda com o reajuste de 4% e não de 10,5%, como está sendo solicitado. Diante do impasse, a Justiça determinou que 10% dos funcionários compareçam aos canteiros de obras, com possibilidade de multa de R$ 50 mil, caso haja descumprimento da liminar. Ao todo, 350 trabalhadores ainda atuam nas obras da Nova Subida da Serra.
“A gente está lutando por esse reajuste e retroativo ao mês de fevereiro, mas o consórcio quer conceder apenas a partir de maio. Eles também não querem dar o abono à metade dos dias não trabalhados devido à greve. Sugerimos isso e afirmamos que a outra metade seria compensada com trabalhos aos sábados pelos funcionários. Apesar disso, a impressão que temos é que o Consórcio está achando ótima a greve e por isso não quer saber de negociar. Eles dizem que não podem reajustar sem a liberação da verba do BNDS, mas estamos percebendo é que a intenção é de fato manter a situação do jeito que está”, recriminou José Ailton.
Saiba mais
Na última assembleia de conciliação, o Consórcio suspendeu o encontro que seria realizado no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ). A reunião, que era uma esperança de negociação entre o consórcio e os trabalhadores, estava marcada para as 15h30 e foi suspensa meia hora antes do início, a pedido das empresas responsáveis pela obra.
Na ocasião, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil (Siticommm) de Duque de Caxias, Josimar Campos de Souza, explicou que a audiência foi suspensa porque a empresa responsável ainda não chegou a um consenso. No fim de abril, o Consórcio Nova Subida da Serra (NSS) ofereceu 4% de aumento, mas anunciou corte de alguns benefícios, como passagem intermunicipal para funcionários de outras cidades, cortes na participação de lucro semestral e também outros que foram decididos em acordo no início da obra.
O NSS chegou até a oferecer verbalmente uma proposta de 7,5% durante uma das reuniões realizadas no km 102, em Duque de Caixas. No entanto, como houve rejeição, a empresa voltou atrás e decidiu suspender a proposta, mantendo a anterior, de 4%. O Siticommm informou que até que o consórcio não apresente um reajuste que represente, pelo menos, a reposição da inflação, a greve não vai terminar. A Tribuna tentou contato com o Consórcio Nova Subida da Serra e com o grupo Triunfo, que é dono da empresa Concer, mas até o fechamento dessa reportagem não obteve uma resposta.