Tragédia do dia 20 de março completa um ano; sete pessoas morreram na ocasião

No dia 15 de fevereiro, o município viveu a maior tragédia socioambiental de sua história. Na ocasião, 234 vidas foram perdidas. Pouco mais de um mês depois, no dia 20 de março, um novo desastre causou mais sete vítimas fatais, totalizando 241 óbitos causados por chuvas e deslizamentos em um curto espaço de tempo. Após um ano, petropolitanos e aqueles que escolheram aqui viver seguem tentando se reerguer.

Afetada nas duas ocasiões

Afetada em diferentes pontos nas duas tragédias, de fevereiro e março, a Rua Washington Luiz ainda tem obras sendo feitas e diversas casas interditadas.

No dia 20 de março de 2022, a chuva começou no início da tarde, se estendendo e ganhando força até a noite. Segundo o Cemaden, o índice pluviométrico no dia chegou a 534,4 milímetros, acúmulo que nunca havia sido registrado em nenhuma estação da cidade. As sete mortes registradas foram de Nelson Ricardo, Heloisa Helena, Mario Augusto, Carmelo de Souza, Jussara Berlarmino, Vanila de Jesus e Miriam Gonçalves.

Vítima homenageada

Nelson Ricardo, de 59 anos, foi um dos óbitos que mais repercutiu na cidade, já que era bastante conhecido por ser artista plástico e professor universitário. Doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lecionava na Universidade Estácio de Sá. Segundo informações da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, ele estava junto de sua mãe (Heloisa) e mais cinco pessoas no momento do deslizamento. Três dias após a tragédia que culminou em sua morte, Nelson foi homenageado em Petrópolis com uma projeção no Obelisco.

No último ano, o edital que seleciona projetos culturais em Petrópolis, levou o nome de “Edital Nelson Ricardo”, em homenagem ao artista. A iniciativa foi promovida pelo Instituto Municipal de Cultura com realização pelo Conselho Municipal de Cultura.

Residências interditadas

Algumas residências precisaram ser interditadas na Rua Washington Luiz, por terem sido atingidas por enchentes e deslizamentos. Segundo os proprietários das residências, algumas delas chegaram a ser invadidas por pessoas que passaram a habitar os imóveis interditados. Além disso, furtos também foram registrados nas casas. Uma delas chegou a pegar fogo no início deste ano.

A Prefeitura de Petrópolis foi questionada sobre a situação das casas interditadas, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.