Trânsito: tempo de viagem pode chegar a 2h em horários de pico

28/01/2018 08:00

Quem vem a Petrópolis a passeio muitas das vezes não faz ideia do tamanho da cidade – considerado seus bairros e distritos. E até mesmo quem mora próximo ao Centro, acaba não se dando conta do transtorno que é a ida para o trabalho e a volta pra casa de milhares de petropolitanos que moram na região dos distritos de Itaipava, Pedro do Rio e Posse. 

Atualmente se gasta em média uma hora para percorrer o trajeto Itaipava x Centro, ou vice-versa, dentro de um ônibus. Esse intervalo de tempo pode ser maior ou menor, dependendo das condições de trânsito e do número de paradas que o coletivo fizer. Até nas linhas executivas, que eram para ser mais rápidas e cômodas, a situação é semelhante: é quase impossível fazer o trajeto de pouco mais de 20 quilômetros em menos de 45 minutos. E quanto maior a distância entre a casa e o trabalho maiores os transtornos. 

A balconista Ana Luiza Botelho Guimarães, de 28 anos, mora na Estrada das Arcas, em Itaipava e trabalha numa loja do Alto da Serra. Entre a casa e o trabalho ela troca de ônibus duas vezes, e leva em média duas horas nesse trajeto. Na volta pra casa a situação é a mesma. Só que, como ela sai no horário considerado de pico, pode levar até duas horas e meia até em casa. “É um transtorno que vai desgastando a gente ao longo do tempo. Hoje em dia eu já estou até desanimando, porque a gente sai de casa disposto a trabalhar mas se cansa no caminho”, contou. 

O estudante de jornalismo Gabriel Lobato, de 23 anos, que mora em Pedro do Rio, passa mais tempo dentro do ônibus do que na faculdade. “Eu saio de casa às 16h, pego o Posse, desço no terminal de Itaipava. Aí lá pego o 16h30 para a Rodoviária do Bingen. De lá pego o 18h30 para a Avenida, e desço na Estácio. Chego na faculdade às 7h em média, para sair às 21h e começar a saga toda de novo. Tem que ter disposição e paciência, porque está muito difícil”, explicou. 

Problemas com o transporte público não são os únicos obstáculos na vida dos petropolitanos. Os congestionamentos, principalmente nos horários de pico, acabam tornando a vida de quem mora longe ainda mais difícil. No trajeto citado pela reportagem – entre o Centro e Itaipava, são pelo menos seis pontos de engarrafamento. No sentido contrário são pelo menos quatro, com poucas exceções. 

Em horários de pico, quem mora nos pontos mais distantes do Centro, como a Posse, acaba levando mais de duas horas para chegar em casa. “Já até acostumei. Quando levo menos de duas horas eu comemoro. No meu serviço ninguém entende nada e ainda ficam me sacaneando. Mas é isso aí. O pior é ver gente que mora perto reclamando disso tudo. Itaipava pra mim é perto, porque é metade do caminho”, brincou Mariane Zanatta, auxiliar administrativa.

Terminais lotados

Como se já não bastasse o cansaço, quem não viaja nas linhas executivas ou precisa fazer baldeação para chegar em casa acaba sentindo ainda mais a distância. Depois de passar cerca de uma hora dentro do ônibus é preciso desembarcar no terminal para esperar por mais alguns minutos até que um outro coletivo chegue. Ao todo a linha 700, operada pela Turb, faz 163 viagens diárias entre Itaipava e o Centro. Nos sábados são 135 viagens e nos domingos 113, conforme informado pela CPTrans. Mas, o problema é que as saídas não são pontuais, porque os congestionamentos acabam suprimindo viagens. “Eu fico esperando um tempão no terminal e o ônibus não aparece. Sendo que pela internet tem saídas previstas a cada seis minutos. Resultado: passada meia hora aparece um ônibus atrás do outro. Aí eles vem em comboio e o primeiro sai lotado. Os outros de trás não pegam ninguém” explicou Mariane. 

Gargalos no trânsito

Tanto de ônibus quanto de carro, quem tem que passar pela União e Indústria acaba sofrendo diariamente. Além dos buracos o trânsito tem diferentes pontos de congestionamentos, que já são velhos conhecidos dos petropolitanos. Do Centro a Itaipava costuma haver retenções em: final da Avenida Barão do Rio Branco, no Retiro; trevo de acesso ao Carangola; região do Posto Dois, em Corrêas; acesso à ponte de Corrêas; trevo de Bonsucesso e estreitamento de pista em frente ao Hortomercado de Itaipava. No sentido contrário quase sempre há congestionamentos no trevo de Bonsucesso; acesso à ponte de Corrêas; região de acesso ao Carangola e chegada à Praça da Confluência, no Centro. Apesar de inúmeras tentativas da CPTrans de reduzir os engarrafamentos ao longo da cidade, o problema continua sendo presente na rotina dos petropolitanos. 


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