Três meses após o descarte de 15 toneladas da merenda escolar e responsáveis ainda não foram identificados
Já se passaram quase três meses que foi aberta uma tomada de contas para apurar o descarte das 15 toneladas de feijão e macarrão que estavam estragados no galpão da merenda escolar do município, e até agora os responsáveis não foram identificados. A Secretaria de Educação desfez a Comissão que apurava o caso, após os integrantes questionarem o grau de parentesco entre um dos membros da comissão e Tiago Gasparini, gerente da Alimentação da Secretaria de Educação, envolvido no descarte dos alimentos.
A Comissão foi formada no dia 10 de março, com prazo de 60 dias para conclusão. Foram nomeados: Daniel Monteiro Salomão – que é diretor do Sepe e presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), e as servidoras Jaqueline Muniz de Andrade Bull e Solimar Barbosa da Costa Gasparini da Silva. Tendo em vista que Solimar e Tiago tem em comum o sobrenome Gasparini, a comissão enviou um ofício a Secretaria de Educação questionando o grau de parentesco dos envolvidos.
A Secretaria de Educação informou que, “apesar de não haver grau de parentesco entre os integrantes da comissão e para reforçar a transparência na apuração dos fatos, a antiga comissão, com três integrantes, foi desfeita e novos integrantes foram nomeados”. Só que com a nova formação, o trabalho precisa ser recomeçado, postergando mais uma vez a apuração do caso.
A antiga comissão chegou a agendar duas vezes a entrevista com o gerente da merenda escolar, mas nenhuma foi concluída. “A comissão chegou a se reunir, sendo encaminhado algumas entrevistas, entre elas com o gestor da merenda escolar, porém a data da entrevista foi atravessada pelo super feriadão e remarcada para o dia 15 de abril porém acabou não se realizando por alegado [Tiago Gasparini] ‘motivo de força maior’”, explicou Daniel Salomão.
Já no fim de abril, também foi solicitado a Secretaria de Educação a prorrogação do prazo para apuração da tomada de constas, já que venceria no dia 10 de maio. Em resposta à Tribuna, a Prefeitura disse que diante da constituição da nova comissão, o prazo para o término dos trabalhos foi renovado.
Relembre o caso
No dia 07 de março, a Secretaria de Educação descartou 15 toneladas de feijão e macarrão que estavam estragados no galpão da Merenda Escolar. Os alimentos estavam contaminados por carunchos. A Prefeitura afirma que os alimentos foram entregues já contaminados pela empresa responsável Barra do Turvo. À Tribuna, a empresa negou que os alimentos tenham sido entregues impróprios para o consumo e disse que os alimentos devem ter sido contaminados dentro do galpão da prefeitura.
Na ocasião, nem o Conselho de Alimentação Escolar e nem o Conselho de Educação da Câmara foram comunicados sobre o descarte dos alimentos. Após tomar conhecimento, o CAE informou que vem acompanhando o caso. “Sobre esse assunto, o Conselho assumiu a posição de elemento provocador da sua investigação e agora atua monitorando e sinalizando qualquer problema ou incoerência no andamento da sua resolução. Se necessário for, vamos notificar as instâncias cabíveis para dar celeridade a solução desse caso”, disse o presidente do CAE, Daniel Salomão.