Três meses do incêndio na garagem da Petro Ita e Cascatinha: problemas no transporte público continuam e investigação ainda não foi concluída

10/08/2023 19:44
Por Enzo Gabriel

Há 93 dias, a garagem da Petro Ita e Cascatinha, na Rua Coronel Veiga, pegou fogo. O incêndio gerou um grande problema para as empresas, com a perda de diversos veículos, e, consequentemente, para todos que dependem do transporte público em Petrópolis. A investigação da Polícia Civil para apurar as causas do incêndio ainda não foi concluída após três meses do acontecimento.

Incêndio causou destruição total.
Foto: Arquivo Tribuna

Perda e reposição dos ônibus

Ônibus adquiridos pela Petro Ita.
Foto: Divulgação/PMP

O incêndio atingiu 74 coletivos, sendo 50 da Petro Ita (10 em desuso) e 18 da Cascatinha (10 em desuso), além de seis sucatas, ou seja, 48 ônibus que eram utilizados no dia a dia do transporte público petropolitano foram destruídos. De lá para cá, as empresas foram atrás de meios e trouxeram ônibus de outras regiões para a operação na cidade, mas a frota ainda não foi 100% restabelecida.

De acordo com a Prefeitura, 45 ônibus foram repostos, entre novas aquisições e veículos que não estavam sendo utilizados e foram recuperados.

Notificação do Corpo de Bombeiros a empresas de ônibus

No mesmo mês, o Corpo de Bombeiros realizou uma vistoria nas garagens das cinco empresas de ônibus de Petrópolis. A ação gerou notificação a todas elas por não cumprirem normas de segurança contra incêndio e pânico.

Investigação

105ª DP segue com as investigações.
Foto: Arquivo/Tribuna

A Polícia Civil investiga o caso e realizou perícia no local. Os policiais informaram, na época, que já sabiam o ponto de início das chamas. Os funcionários prestaram depoimento e a hipótese do incêndio ter sido criminoso não foi descartada. No entanto, a investigação ainda não foi concluída e, quando questionada, a polícia afirmou que as diligências seguem para o esclarecimento dos fatos.

Perícia da CPTrans

À parte, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes contratou uma perícia independente para investigar o incêndio. O perito concluiu que há indícios de que o fogo foi intencional. O laudo apontou diversos motivos que levavam a essa conclusão, como a elevada carga de incêndio, a proximidade entre os veículos e a obstrução da rampa superior. Após a conclusão, a Prefeitura solicitou que pudesse acompanhar o inquérito que apura o incêndio, por ter poder de fiscalização sobre a operação do transporte público.

Perícia do Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros também realizou perícia no local e concluiu que “não se pode ser descartada a hipótese de múltiplos focos de origem”, “não se pode ser descartada a hipótese de causa pessoal” e “não podem ser descartadas as hipóteses de ação pessoal direta e ação pessoal indireta”. Os dois peritos do CBMERJ tiveram o mesmo entendimento da perícia realizada pela CPTrans.

Caos do transporte

Ônibus quebrado na Rua Veridiano Félix, na Estrada da Saudade, no último fim de semana.
Foto: Reprodução

Apesar de não ter se iniciado após o incêndio, o caos no transporte público municipal se agravou após o ocorrido. Quebras e viagens não cumpridas se intensificaram nas empresas Cascatinha e Petro Ita nas semanas seguintes ao acontecimento por conta da menor oferta de veículos. Com a reposição de parte da frota, o número de quebras de ônibus das duas empresas, de maio até o início de julho, diminuiu em cerca de 24%, segundo a CPTrans.

Aumento da passagem

Reunião que definiu aumento da tarifa.
Foto: Enzo Gabriel/Tribuna de Petrópolis

Em meio a todo o contexto dos últimos três meses, foi aprovado o aumento da passagem de ônibus em Petrópolis. A tarifa passou a custar R$ 5,30, mas foi suspensa até o dia 10 de setembro após decisão da 4ª Vara Cível de Petrópolis. O tema terá que passar por nova votação no Conselho Municipal de Trânsito.

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