Trotes telefônicos podem acarretar em punições no país

26/10/2016 11:00

Um projeto de lei com o objetivo de coibir trotes telefônicos direcionados aos serviços públicos, de emergência ou não, foi aprovado na semana passada pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação (CCT). O PLS 763 de 2015 prevê ainda punições para quem agir dessa forma. O projeto de lei está tramitando no Senado. Em Petrópolis, serviços como Samu, Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar são frequentemente alvos desse tipo de ação. No caso da PM, o número é alarmante: cerca de 70% das ligações recebidas pela instituição são trotes. 

Em um período de 6 meses (abril a agosto), o Samu recebeu mais de 16 mil trotes, o que representa 15% das chamadas que são feitas para o número 192. As chamadas são geralmente atendidas pelos Técnicos Auxiliares de Regulamentação Médica (TARMs), que, em alguns casos, conseguem identificar os trotes. Quando a informação falsa não é percebida, os TARMs transferem a ligação para o Médico Regulador, que dá continuidade ao atendimento. Há casos em que o médico consegue identificar o trote, no entanto, quando isso não ocorre, a ambulância é acionada e o trote só é descoberto quando a equipe de socorristas chega ao local.

Segundo informações da Secretaria de Saúde, todas as ligações feitas ao número 192 são gravadas e quando é identificada que a chamada é de uma criança e foi feita de um celular, por exemplo, os atendentes retornam a ligação e alertam o adulto dono do celular. Quando são identificadas ligações vindas dos orelhões, os TARMs retornam a ligação, falando o nome da rua e o município para mostrar que as ligações são gravadas e podem ser rastreadas.

Já a Polícia Militar informou que no último trimestre o telefone 190 recebeu 14.562 ligações. Dessas, 9.974 foram trotes. Ou seja, 68,5% do total de chamadas. Do montante, 3.837 correspondem a auxílio – dúvidas tiradas que não são casos de polícia ou são de competência de outros órgãos públicos. Apenas 751 acarretaram em ocorrências policiais. Para o comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Eduardo Castelano, essa é uma atitude danosa à prestação do serviço público que ocupa o telefone e o agente sem necessidade, retardando ou inviabilizando um atendimento de emergência a uma pessoa necessitada que pode valer uma vida. 

O comandante do 15ºGBM do Corpo de Bombeiros afirmou que o número de trotes recebidos no quartel também é expressivo, mas até o fechamento desta edição não revelou os registros deste ano. 






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