‘Trouxemos para nosso lado pessoal que era escravizado pelo MST’, diz Bolsonaro

10/08/2022 12:34
Por Isadora Duarte e Iander Porcella / Estadão

O presidente Jair Bolsonaro afirmou novamente que agricultores sem terra eram “escravizados” pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Geraldo Melo, do Incra, fez um trabalho fantástico na titulação de terras com 370 mil títulos distribuídos. Trouxemos para nosso lado pessoal que era escravizado pelo MST. Eles passaram a ser cidadãos e a ter dignidade e se transformaram em agricultores familiares”, disse Bolsonaro, na abertura do Encontro Nacional do Agro, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília (DF).

“Eles sabem que aquilo (terra) será dele. Sabem que quando passar um ônibus na frente da sua posse não terá que entrar naquele ônibus para invadir uma fazenda”, acrescentou. Ele disse que durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) houve uma invasão de terra por dia, enquanto na sua gestão passou para quatro por ano. “E fazemos isso sem usar força, com titulação. Fizemos com pessoas escolhidas por critérios técnicos”, afirmou.

Marco temporal

Ainda sobre o MST, Bolsonaro voltou a dizer que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin foi advogado do movimento “por muito tempo” enquanto falava sobre o novo marco temporal. “Estava tudo na Constituição de 1988 até o Fachin, que foi advogado do MST por muito tempo, dizer que marco da constituição não vale e que tem de ser feito novo marco temporal. Isso quer dizer que se o índio chegar na fazenda de vocês, vocês perdem a fazenda. O ministro Kássio (Nunes Marques) empatou o jogo e está em vistas com Alexandre de Moraes”, afirmou.

Bolsonaro disse, ainda, que se o marco for aprovado a demarcação de área indígena no País será dobrada. “Se isso for dobrado, acabou o agronegócio. Pela localização geográfica dessas rotas, se tira do agro uma área do tamanho do Estado de São Paulo”, afirmou, mencionando que está trabalhando para que o marco temporal não seja aprovado. “É um crime de lesa-pátria. Fiquem tranquilos que eu sei o que tem de ser feito”, disse.

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