Túnel inacabado pode ter provocado acidente no KM 81 da Br-040

08/11/2017 08:50

O geólogo Johannes Hinrich Stein apontou o abandono da obra da nova subida da serra como uma das possíveis causas do desabamento ocorrido na BR-040, na altura do km 81, na Comunidade do Contorno. Segundo o geólogo, que chegou a trabalhar no projeto da obra, faltaram duas etapas do tratamento do maciço que dá sustentação à estrutura do túnel subterrâneo, que tem cinco quilômetros de extensão e está a 70 metros de profundidade. 

“Para garantir a sustentação do túnel, esse tratamento de maciço tem que ser feito em quatro fases. Apenas duas foram concluídas. As outras duas etapas não chegaram a ser feitas. Além disso, esse terreno por onde passa o túnel é de rocha branda (mole) e muita água. Acredito que o túnel esteja agora repleto de água”, disse o geólogo.

As obras da nova subida da serra estão paralisadas desde julho do ano passado. Na época, a Concer alegou que aguardava a validação do termo aditivo ao contrato de concessão, que havia sido anulado pelo Ministério Público Federal (MPF) e previa o aporte de recursos federais no valor de R$ 600 milhões para dar continuidade a obra. 

A Concer chegou a fazer uma revisão no projeto e protocolou um novo documento na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e no Tribunal de Contas da União (TCU), mas o documento ainda não foi avaliado pelo TCU.

A previsão inicial de início de conclusão da nova subida da serra era para 2001, cinco anos após a celebração do contrato de concessão. No entanto, somente em 2011 a Concer apresentou à ANTT os projetos da obra que compreende a construção de três túneis, sendo um deles o maior do Brasil, edificação de vias marginais, retornos, variante de traçado e a ligação Bingen-Quitandinha. Apesar de ter apresentado os projetos em 2011, a obra só começou dois anos depois.

O processo que investiga irregularidades na construção da nova subida da serra segue em andamento no TCU, que encontrou superfaturamento das obras que alcançam um montante de R$ 203,8 milhões dos quais o governo federal já pagou R$ 51,8 milhões. De acordo com o tribunal, há sobrepreço no orçamento, no montante de R$ 97 milhões.




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