UE acusa Moscou de ‘chantagem’ por bloqueio de grãos ucranianos

25/05/2022 08:09
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, braço executivo do bloco, acusou nesta terça, 24, a Rússia de realizar uma campanha de “chantagem” por meio do bloqueio de carregamentos de grãos ucranianos, ameaçando o mundo com uma possível escassez de alimentos.

Ursula acusou tropas russas de confiscar estoques de grãos e máquinas agrícolas ucranianas. Segundo ela, a artilharia russa vem bombardeando armazéns de grãos e navios de guerra no Mar Negro e prendendo cargueiros ucranianos carregados de trigo e sementes de girassol, confiscando cerca de 20 milhões de toneladas de grãos na zona de guerra.

“A Rússia está acumulando suas próprias exportações de alimentos como uma forma de chantagem, retendo suprimentos para aumentar os preços globais e negociando trigo em troca de apoio político”, disse Ursula, em discurso realizado em Davos, na Suíça.

Fome

As ações de Moscou, juntamente com uma campanha para confiscar estoques de grãos e máquinas ucranianas, despertaram memórias da fome na Ucrânia e em outras partes da União Soviética, no início da década de 1930, quando milhões de pessoas morreram, disse Ursula.

A queda acentuada nos embarques de trigo da Ucrânia, bem como as sanções a Moscou, que afetaram as exportações russas, levaram a uma crescente preocupação dos líderes mundiais com uma crise global de alimentos. A ONU diz que dezenas de milhões de pessoas devem ser empurradas para a fome extrema nos próximos anos.

A Ucrânia normalmente exporta 5 milhões de toneladas de trigo por mês, mas o número agora caiu para entre 200 mil e um milhão. O domínio naval da Rússia no Mar Negro e no Mar de Azov, bem como seu controle de portos como Mariupol, conquistado na semana passada, após um cerco prolongado, interromperam as exportações de grãos pelo mar. Líderes mundiais e o governo ucraniano agora tentam encontrar rotas alternativas.

A escassez de trigo vem pressionando o preço do pão em várias partes do mundo, provocando crises e instabilidades políticas. O governo Paquistão caiu em abril. O do Sri Lanka, em maio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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