UE anuncia reforço em ajuda militar à Ucrânia e prevê altas em preços de energia

28/02/2022 13:15
Por Gabriel Bueno da Costa e Tânia Rabello / Estadão

Alto Representante da União Europeia (UE), Josep Borrell afirmou nesta segunda-feira, 28, que existe um acordo no bloco para reforçar a ajuda militar à Ucrânia. Ele concedeu entrevista coletiva, após uma videoconferência de ministros da Defesa da UE, e disse que há uma coordenação entre esses ministros para coordenar a ajuda aos ucranianos, no momento em que a Rússia ataca o país vizinho.

Ao mesmo tempo, admitiu que o quadro deve resultar em mais altas nos preços de energia.

Borrell disse que haverá reforço em sanções contra Belarus e outros que eventualmente colaborem com os militares da Rússia. Além disso, ele elogiou o fato de que a Suíça se somou à UE na adoção de sanções contra Moscou e comentou que a UE avalia “fazer mais” nas sanções financeiras contra a Rússia.

Segundo Borrell, há preocupações na UE com a situação em alguns vizinhos, que têm recebido refugiados e também estão expostos a eventual ação da Rússia.

Ele citou como exemplo Moldávia e Geórgia. Além disso, informou que o bloco mobilizou um centro de satélites em Madri para colaborar com a Ucrânia com informações de inteligência. De acordo com Borrell, havia até então um “tabu” na UE sobre o bloco não fornecer armas, mas esse tabu agora caiu.

A autoridade da UE disse que o bloco precisa reduzir sua independência da Rússia em petróleo e gás. Ele afirmou que há tempos autoridades falam em fazer isso, mas na prática a dependência tem aumentado, mas argumentou que isso se faz agora mais necessário.

Borrell disse que haverá turbulências nos mercados de energia e que elas já ocorrem e também admitiu que haverá um custo para os cidadãos do bloco com as sanções, entre elas preços mais altos de energia. “Mas temos de pagar esse preço agora”, defendeu, mencionando que eventualmente países poderiam adotar subsídios para contornar em parte o problema.

A autoridade ressaltou que o principal custo é pago pelos cidadãos da Ucrânia, afirmando que há muitas mortes de civis no país.

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