Um quarto de alemães e americanos e quase 40% dos franceses rejeitam vacina

05/02/2021 07:16
Por Redação, O Estado de S.Paulo / Estadão

A França tem a maior parcela de pessoas que se opõem à vacinação contra a covid-19. Cerca de quatro em cada dez franceses afirmam que, definitivamente ou provavelmente, não devem se vacinar, de acordo com pesquisa feita pela consultoria Kantar Public, divulgada nesta quinta-feira, 4. O ceticismo é alto também na Alemanha e nos EUA: 26% dos americanos e 23% dos alemães rejeitam a imunização.

O resultado mostra o tamanho do desafio que muitos governos devem enfrentar para vacinar a população. A resistência foi mais baixa na Itália (12%), no Reino Unido (14%) e na Holanda (17%), segundo o levantamento conduzido entre os dias 13 e 26 de janeiro, em sete países, que revelou uma correlação entre a relutância à vacinação e a confiança nos respectivos governos.

Apenas 11% dos cidadãos nos Estados Unidos e 13% dos franceses dizem que seus governos são fontes confiáveis de informação sobre as vacinas. Na Holanda e no Reino Unido, a confiança no governo é de 30%.

O estudo também sugere que o ritmo de vacinação em cada país também está ligado à confiança nas vacinas e nos governos. Mais de 60% dos entrevistados britânicos responderam que estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com a velocidade da campanha de vacinação no Reino Unido, enquanto apenas 31% respondem o mesmo na França – que tem o ritmo de vacinação mais lento da União Europeia (UE).

No entanto, na Holanda – que até agora conseguiu entregar uma dose para apenas 1,8% da população, bem abaixo da média europeia -, 58% dos entrevistados dizem que estão satisfeitos com a campanha nacional de imunização.

Em todos os sete países que participaram da pesquisa – França, Alemanha, Holanda, Itália, Índia, Reino Unido e Estados Unidos -, médicos de família e autoridades nacionais de saúde foram considerados como fontes de informação muito mais confiáveis quando o assunto é vacina. Em média, os profissionais são considerados confiáveis por 39%, e as autoridades de saúde por 41%.

O diretor de pesquisas internacionais da Kantar Public, Emmanuel Rivière, disse que o estudo revela a escala do esforço de comunicação que alguns governos terão de enfrentar para melhorar a aceitação das vacinas.

“A resistência à vacina permanece na França, na Alemanha e nos EUA, onde há uma chance duas ou três vezes maior de que os cidadãos confiem mais no médico de família do que no governo”, afirmou Rivière. “Isso claramente deveria se refletir nas campanhas de vacinação dos governos.”

Segundo o pesquisador, é improvável que a popularidade de governos nacionais da Europa seja afetada pelo ritmo lento dos programas de vacinação, desde que as restrições contra a covid-19 permaneçam em todo o continente. “Mas, se os países que vacinaram com rapidez começarem a retornar à normalidade mais cedo, outros governos podem pagar o preço”, disse Rivière.

De acordo com o estudo, as mídias sociais não são vistas como uma fonte confiável de informação pela maioria das pessoas. Apenas 5% dos entrevistados na Alemanha, 4% na Itália e na Holanda disseram que confiavam em afirmações sobre vacinas nas redes sociais – embora a Índia seja uma exceção, com 26% dos entrevistados demonstrando confiança nas mídias sociais.

A pesquisa também indicou que homens, em geral, demonstram menos resistência às vacinas, com 74% dizendo que definitivamente ou provavelmente buscariam a vacinação. Entre as mulheres, 69% dão a mesma resposta. Além disso, a resistência à vacina é maior entre pessoas mais jovens.

Mais da metade dos franceses entre 25 e 34 anos, e um terço dos holandeses na mesma faixa etária, dizem que definitivamente ou provavelmente não se vacinariam. Na média dos sete países pesquisados, apenas 32% dos jovens entre 18 e 24 anos dizem que pretendem receber as aplicações.

Entre todos os sete países, as preocupações com a saúde são citadas como o principal fator para a resistência: quase metade dos entrevistados com baixa probabilidade de buscar a vacina diz que está preocupada com a segurança, enquanto 29% querem ter mais informações sobre a imunização. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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