Utilizando coletivos da Cascatinha, Petro Ita anuncia reforço de linhas

08/jun 09:04
Por Wellington Daniel

Com a caducidade do contrato da Cascatinha, a Petro Ita começou a utilizar os coletivos da empresa. Nesta semana, a viação anunciou que já realizou o retorno ou acréscimo na operação de 10 linhas e prometeu que outras três voltam a funcionar até esta segunda-feira (10). Um dos veículos deste “reforço” da frota é o de prefixo 2084, antigo 5007, que tombou na Estrada da Saudade na noite do dia 13 de maio.

Um dos motivos apontados pela Prefeitura para a anulação do contrato foi a má condição dos coletivos. Segundo o município, um laudo técnico realizado por uma empresa contratada pela CPTrans concluiu “(…) torna-se evidente que a grande maioria desses veículos se encontra em um estado de conservação preocupante, caracterizado por uma série de defeitos e problemas que comprometem sua operacionalidade e segurança (…)”.

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O coletivo de prefixo 2084 foi registrado na linha 451 – Praça Catulo. Segundo dados do Detran-RJ, foi fabricado em 2016. Com isso, está no último ano de uso permitido pela CPTrans, que é de oito anos.

A Petro Ita também anunciou o retorno da linha 464 – Roncoroni, que havia sido substituída por van após um acidente em novembro do ano passado. O coletivo que opera na linha, atualmente, é o 2094, que, na Cascatinha, era o 5043. O veículo ainda não foi emplacado. Segundo a viação, uma vistoria da CPTrans permitiu a operação.

Linha, suspensa após acidente, retorna com coletivo “ex-Cascatinha”. Foto: Divulgação/Petro Ita.

A empresa ainda anunciou o retorno ou reforço das linhas 402 – Taquara (Via Vista Alegre), 433 – Sargento Boening, 403 – Honduras, 412 – Quitandinha (Via Alto da Serra) e 459 – Alto Independência (Via Alto da Serra). Também entram na lista a 204 – Valparaíso, 443 – Tancredo Neves, 454 – Vila Hípica, 420 – Meio da Serra, 442 – Gulf, 455 – Lagoinha e 405 – Getúlio Vargas.

Petro Ita também pode perder o contrato

Já foi encaminhado para o juiz da 4ª Vara Cível, Jorge Luiz Martins, a ação civil pública apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra a empresa. No documento, a promotoria também pede a extinção do contrato, juntando relatos de passageiros, fiscalização de vereadores e relatórios da própria CPTrans.

Um dos pontos trazidos pelo MPRJ é o pedido para que a CPTrans seja condenada a utilizar o poder de polícia, para impedir a circulação de coletivos reprovados em vistorias. Há uma semana, a companhia informou que reprovou 87% da frota da empresa e prometeu apenas multa.

No inquérito, a Petro Ita chega a confirmar os problemas, alegando que são consequências da pandemia e da tragédia de 2022. “Quanto a reclamação referente à falta de carros e quebra constante, cumpre informar alguns ônibus, realmente, passaram a apresentar defeitos após as chuvas torrenciais que atingiram Petrópolis nos meses de fevereiro e março de 2022, quando a Petro Ita teve diversos veículos submersos pelas águas das enchentes, nas duas ocasiões (…)”, consta de um trecho.

Na terça-feira (11), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro também deve decidir sobre o recurso da viação contra outro processo. Este, iniciado em 2010, transitou em julgado determinando que a Petro Ita utilizasse apenas coletivos em boas condições, mas, com o descumprimento, foi reativado em 2023.

Procuradas sobre os pontos abordados, nem a CPTrans nem a Petro Ita deram retorno aos contatos até a última atualização.

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