Vacina fake e fura-fila: sem controle, prefeitura coloca em risco a população
Indignação e pânico. E não é exagero, nosso, não. É assim que a população se expressou nos últimos dias sobre o episódio da vacina fake, que vem logo em seguida ao fura-fila da vacina no Hospital Alcides Carneiro que vacinou até estagiário de Direito. Afinal, as mais de 7 mil vacinas aplicadas foram à vera? Como garantir? Agora, ver um braço enrugadinho de uma idosa de mais de 90 anos, levando uma agulhada, com uma seringa vazia, é de cortar o coração. É crime e precisa ser punido.
E vai funcionar?
Colocar um canal de whastapp para receber denúncias foi uma das ações da prefeitura no episódio. Mas, quem vai apurar estas denúncias? A mesma equipe que deveria estar fiscalizando a aplicação das vacinas, mas não está? A mesma equipe que fez uma segunda listagem de vacinação no HAC acrescentando nomes que não seriam da linha de frente neste primeiro momento de imunização?
Gestão compartilhada dá nisso
E os vereadores, timidamente, começaram a se manifestar nas redes sociais sobre a vacina fake “aplicada” em uma idosa que só deve o braço perfurado e a simulação de ter recebido o imunizante. Um ou outro comentou e alguns já se posicionando com as “providências” tomadas pela prefeitura como um vídeo do secretário de Saúde, Aloísio Barbosa. Deve ser porque eles fazem a tal “gestão compartilhada” da prefeitura junto com Hingo Hammes.
Questão é muito mais ampla
Gilda Beatriz, por sua vez, teve um vídeo, em que gravou com muita indignação, falando sobre o episódio, com mais de 200 mil visualizações. Tratou o caso como um episódio isolado. Mas, como membro da Comissão de Saúde da Câmara, vai ter que ir a fundo agora e não apenas pedir punição para a atendente de enfermagem que aplicou a vacina de vento. Quantas doses foram desviadas? Por quem e para onde? Teve venda? Essas são algumas das primeiras perguntas que precisam de resposta.
CPI do Covidão
E a nova legislatura conseguiu as assinaturas necessárias para abrir a CPI do Covidão. Mas, a pergunta que não quer calar: porque não instala a comissão? E olha que a CPI vai apurar os gastos, sem licitação, da gestão passada, no enfrentamento à covid. Nem entra nesta CPI as vacinas de vento e o fura-fila.
Mais do mesmo
A gestão Hingo Hammes começa a ser cobrada por apoiadores e vereadores– depois da vacina fake e do fura-fila do HAC – sobre a manutenção de nomes do governo Bernardo Rossi em suas fileiras. Com as mesmas pessoas nas chefias como ter resultado diferente?
Nós também!
Sobre a briga de Marcelo Lessa e Maurinho Branco que resultou em socos na Sala Vip da Câmara recebemos de um leitor o melhor comentário do episódio: “sou favorável à rinha de políticos”.
Ônus
Hingo Hammes agora sente o peso de ser prefeito, ainda que interino, nas redes sociais. As suas próprias, inclusive. A cada postagem, seja de qual assunto for, é cobrado da recarga do cartão merenda, capina, ruas esburacada… Partisans não querem nem ver quando chegar a época do reajuste da tarifa de ônibus.
Contagem
Petrópolis está há 46 dias sem prefeito eleito pelo povo.
Casos ainda sem análise
Petrópolis tem – em dados de sexta-feira – 7.438 ainda pessoas com sintomas de covid que fizeram exames, mas até agora estão sem um laudo. São 2.695 referentes e dezembro e 4.473 de janeiro. Os próprios especialistas dizem que sem esses resultados não há como analisar a real situação da covid na cidade.
Mais de 22 mil casos
Fazendo uma conta básica usada pelos especialistas, se são 70% em média de casos confirmados, destes que aguardam exames já seriam 4.900. Somados aos 18 mil já cofirmados pela prefeitura, a cidade teria mais de 25 mil casos. Com tendência a aumentar com as aglomerações como a de Carnaval. E seguimos com fura-fila e vacina fake…
Sem dados para decisões
E mesmo sem dados relevantes, a prefeitura continua tomando decisões sobre como proceder – como no caso da UPA Cascatinha que deixou de ser exclusiva para covid na semana passada – tendo com base apenas as estatísticas de internação. É absolutamente irregular e já alertado infinitamente pelos ministérios públicos estadual e federal.