Valor de estacionamentos de Petrópolis custam mais que o dobro se comparado a municípios vizinhos

24/07/2016 07:00

O valor “salgado” cobrado pelos estacionamentos de Petrópolis tem chamado a atenção de turistas e causado revolta em quem mora na cidade. Atualmente, os cinco estacionamentos que existem na Rua Dezesseis de Março, uma das mais movimentadas do Centro Histórico, cobram, em média, R$ 10 por hora em que o carro estiver estacionado no local. O valor é ainda mais alto para quem tem carros grandes, quando o valor pode chegar a R$ 12. A situação foi classificada pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis, Sicomércio, Marcelo Fiorine, como preocupante e prejudicial para o comércio.

De acordo com ele, a cobrança exorbitante afasta os turistas e prejudica os próprios petropolitanos, que acabam deixando de fazer compras por causa do valor que vão gastar de estacionamento. Caso alguém decida almoçar em restaurantes do Centro e estacione na Rua Dezesseis de Março, por exemplo, pagará R$ 20 por duas horas. Em shoppings também no Centro, a cobrança é ainda maior e as pessoas ainda correm o risco de não conseguir tirar os veículos do local. Isso porque a partir de 0h o estacionamento fecha e só é possível retirar o veículo no dia seguinte, por uma tarifa de R$ 100. 

A situação fica ainda mais evidente se compararmos o valor dos estacionamentos das cidades vizinhas. Em Três Rios, uma hora custa, em média, R$ 3. Já em Juiz de Fora é possível pagar R$ 8 por cerca de 5 horas, na localidade conhecida como Cascatinha. Em Teresópolis, o valor é ainda mais barato e existem espaços que cobram apenas R$ 1,50 a hora, sendo os valores mais caros encontrados no coração da cidade, variando entre R$ 3 e R$ 4 por meia hora de serviço. Porém, se o cliente não se importar em caminhar um pouco, vai encontrar, pelo menos, dois espaços que cobram R$ 1,50 por hora. Ou seja, parar na área central e pagar os R$ 3 pelos trinta minutos equivalem a duas horas em outros locais. 

Enquanto isso, Petrópolis ainda não oferece opções aos motoristas. “Um absurdo, ainda mais por ser cidade turística e depender muito do comércio da Rua Teresa. Tenho vários clientes que reclamam de não poder passar o dia inteiro em Petrópolis porque o valor do estacionamento é altíssimo. Dessa forma, não vamos conseguir levantar as vendas do comércio local”, considerou a empresária Fernanda Castro. 

Para a cantora Cláudia Franco de Araújo, os estacionamentos deveriam ser mais em conta. “Não se pode fazer nada no Centro com tranquilidade. Primeiro porque quase não existem vagas, então precisamos ir para os estacionamentos particulares, caso não desejemos ser multados, e nesses locais somos obrigados a pagar caro, afinal, não temos opção”, afirmou.

De acordo com Marcelo Fiorini, a expectativa de quem trabalha no comércio é que com a inauguração de um edifício que está sendo construído na Rua Marechal Deodoro, a concorrência entre os estacionamentos aumente e os preços caiam. “Enfrentamos esse problema há um longo tempo. Por isso, levantamos a questão da Lei da Gratuidade para quem fizer compras no comércio local. A lei já foi publicada, mas ainda não está em vigor, nem foi regulamentada pelo prefeito. Com certeza é um assunto que deve voltar a ser discutido aqui na cidade”, disse. 


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