Velhos Costumes
Venho observando, há algum tempo, a propósito de como uma parcela da população vem agindo, relativamente a gestos e atitudes adotados para com seus semelhantes.
E tal constatação é de gerar preocupação, e a pergunta que se faz: será que tudo ocorre porque a cadeira de Moral e Cívica, que integrava as grades escolares haja sido postergada? Não há dúvida que tal exclusão fez com que muitos viessem a desconhecer os objetivos que presidiam referida matéria.Ou então quem sabe, os comportamentos acima enfocados são originários de outras causas – falando francamente – em razão de a educação recebida no lar pelos jovens haja sido superficial ou sequer, não existido.
Enxergo, por outro lado, no concernente ao que ora faço narrar , que os fatos não se prendem somente às questões acima aludidas e por outro lado, não ocorrem apenas com relação à minha pessoa.
O desrespeito, a ausência de cordialidade, o modo grosseiro de se expressar enfim, seja na via pública, no interior dos ônibus, nos elevadores, nas salas de espera de consultórios, além de tantas outras situações, especialmente no trânsito, não são sentidas só por mim vez que ouço constantemente muitas queixas a tal respeito. Pondero, ainda, se o leitor bem refletir e certamente há de comigo concordar, quanto ao significado do verbo "agradecer", fora do dicionário Aurélio, há tempos.
De outra ponta, no trânsito, os pedestres que "se cuidem" porquanto se não guardarem a devida atenção e cautela, os veículos lhes passam por cima, até mesmo nas faixas reservadas, sem falar nos outros meios de transporte que acabaram por tornar os grandes centros insuportáveis, especialmente quando me refiro a motocicletas com descargas livres e conduzidas, nem sempre por "pilotos" educados e, sobretudo, prudentes.
Pior se a moda pegar – quem sabe – os proprietários de automóveis também com seus veículos com as descargas abertas, por "isonomia", aí sim que a "festa" ficaria completa e muitas cidades em pânico, se é que já não estejam, por tantas outras razões.
Tenho a convicção e o leitor já deve ter observado, que ao nos dirigirmos a uma pessoa com a finalidade de apenas cumprimentá-la, a recíproca nem sempre é verdadeira e o "distraído" fita os olhos no além, como se nada tivesse ocorrido.
No transporte coletivo e demais locais públicos e até em templos religiosos, venho percebendo que o inesquecível gesto que aprendemos com nossos pais de ceder os lugares aos mais velhos – que tristeza – "caiu em desuso, por completo".
Tais atitudes hão de a todos entristecer, uma vez que a humanidade a palmilhar por caminhos tão sinuosos, certamente será conduzida no futuro a momentos de arrependimento, pela falta de caridade e amor não praticados entre irmãos de quem afinal, todos somos.
Os idosos, não posso olvidar, sentem falta de gestos de amabilidade e ternura e por esta razão sempre é bom recordar o poeta quando escreveu:
"Dê carinho ao mais idoso, não o trate com desdém, pois você, jovem formoso, vai ficar velho também".