Veneração ou Idolatria?
Preliminarmente é preciso que se estabeleça uma dicotomia entre ídolo e imagem. As imagens estão nas Sagradas Escrituras e são, diversas as passagens como, por exemplo, em Ex 25, 17-22; 37, 7-9; Nm 21, 8-9, 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36: 8, 7; 2Cor 3,7.10 -14; 5, 8: 1 Sm 4.4; 2 Sm 6,2, Ez 41, 17-21; Hb 9,5 e etc. Há de se fazer distinção entre ícone e ídolo. São imagens, mas, distintas. Um ídolo é uma criatura colocada no lugar de Deus. Um ícone é uma imagem feita por mãos humanas não para substituir Deus, mas, que remete a Ele. É como se fosse uma janela que se abre para o Senhor. A primeira é proibida e se fosse ao contrário estaria contrariando o primeiro mandamento. Mais que oportuno às vésperas do dia 15 de agosto quando a Santa Igreja reverencia nossa Mãe e Rainha Aparecida nas Águas do Brasil Assunta aos Céus – “Assunção de Nossa Senhora!” Em Lc 1,48 Nossa Senhora diz “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. Jesus por diversas vezes exaltou a bem-aventurança. Portanto lícito venerar imagens e até ajoelhar-se diante delas. Imagem nos ajuda a imaginar. É a linguagem em forma de um ícone, pintura, desenho, escultura… No século IV antes do surgimento do Protestantismo São Gregório de Nissa falava dos benefícios e do meio de comunicação estabelecida entre a pessoa e as obras religiosas das igrejas e mosteiros. Muito além de ser arte nos remete ao Divino sem, contudo, ser interpretado que ali se constitui uma adoração a um objeto. Não é assim. Deus nunca proibiu as imagens. Ídolos falsos sim. A guisa de tornar clara a reflexão põe em relevo o “bezerro de ouro” que provocou a indignação de Moises no Monte Sinai. Retomemos, pois, ao fio condutor, as imagens. Elas nos ajudam a refletir. Existem várias formas de linguagem: a de comunicação verbal/falada, expressa/escrita, a que manifesta um pensamento ou a fé através da escultura, pintura, desenho… São tantas! Traduzem amor, alegria, como também tristeza e dor… Isso me faz lembrar a passagem de uma carta enviada pelo Papa São Gregório Magno ao Bispo de Marselha dizendo a ele que “não deveria quebrar as imagens de sua igreja porque elas não estavam ali para serem adoradas, mas, sim cultuadas e respeitadas: Se existem para a honra e glória do Altíssimo e se nos elevam ao puro e santo por que ignorá-las?” Elas nos ensinam, servem de exemplo de vida, retidão e virtudes. Você jogaria uma fotografia de seu avô, bisavô, pai, mãe, filho ou parente no lixo? Então! As imagens são para serem vistas assim. Com respeito, afeição e gratidão. Todos os dias durante a Sagrada Liturgia e Recitação do Terço, de joelho perante minha pequena ermida presto reverência ao Divino e Sagrado e junto a eles louvo a meus pais e antepassados. São dignos de louvor. Sei e sabemos nós que somente a Deus adoramos: “Latria”. É o Senhor do universo, Uno e o Trino, Todo Poderoso. Alfa e Ômega do Cosmo. Aos Santos e aos Anjos prestamos um culto de veneração: “Dulia” Uma homenagem. As imagens dos Santos para nós devem ser vistas como exemplo, modelo de vida que nos inspira a sermos melhores. A imagem nos recorda uma pessoa virtuosa que está nos céus a interceder por nós. No Concílio de Nicéia 11 realizado em 787 um tema discutido foi às imagens. E ficou evidenciada a importância delas e o auxílio que elas nos prestam na contemplação divina. É inegável o seu valor pedagógico. A tradição Cristã precisa ser preservada e acima disso, respeitada. A idolatria está no coração da pessoa que insiste em se ver assim. As procissões adornadas com imagens, lanternas, velas, flâmulas, bandeiras, estandartes e outras manifestações religiosas além de traduzir a fé também demonstram a nossa religiosidade e o manuseio da Sagrada Palavra às encontra. A caminhada em penitência, alegria, devoção ou súplica. Uma peregrinação para agradecer. (lSm 1-16 e em 2Sm 6. 1-5) Está inscrito no Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 1.161: Todos os sinais de celebração litúrgica são relativos a Cristo; São-nos também as imagens sacras da Santa Mãe de Deus e dos Santos. O Divino Filho é glorificado neles. São testemunhas (Hb 12,1) e participam do mundo na celebração Eucarística. Somos a imagem e semelhança de Deus. Nas Sagradas Escrituras são inúmeras vezes que encontramos os Anjos, Arcanjos, Querubins e Serafins: o que anuncia, o que cura, o que conduz ao céu, o que protege: repreende. São tantos os Anjos… Honremos os Santos eleitos do Senhor. Amemos a mãe Maria Santíssima Sacrário de Nosso Salvador e Redentor Jesus o Filho de Deus que é sabedoria, misericórdia, justiça, amor e esperança.