Vereador em SC chama colega de ‘baba ovo’, que corre atrás para agredi-lo

29/out 18:53
Por Wesley Bião e Gabriel de Sousa / Estadão

A sessão desta segunda-feira, 28, da Câmara Municipal de Coronel Martins, no oeste de Santa Catarina, a cerca de 580 quilômetros de Florianópolis, foi encerrada após um vereador correr atrás de um colega no plenário. Na reunião, Arlenio Cecatto (PT), mais conhecido como “Chico”, foi para cima de Luiz Carlos Savi (PSD), o Luizinho, após ser chamado de “baba ovo” e “louco”.

Antes da confusão, Savi debochou da derrota de Cecatto, que perdeu a eleição para a prefeitura de Coronel Martins para Moacir Bressolin (PSD). Segundo o vereador do PSD, correligionário do prefeito eleito, o petista não conseguiu vencer o pleito por ter um temperamento agressivo.

“Ofendeu muita gente, mas o nosso povo não merece escutar baixaria como ele disse na eleição. Agora, ele vai ter quatro anos para esfriar a cabeça. A gente ia fazer campanha e o pessoal falava ‘eu não voto em um louco’. As nossas unidades de saúde tem psicóloga e psiquiatra. Então, é só ir lá. Para louco tem tratamento”, disse Savi. Após a declaração, Cecatto protestou e o vereador do PSD respondeu no microfone: “Cala a boca, baba ovo”, o que desencadeou a confusão.

Na eleição para prefeito de Coronel Martins, Cecatto obteve 679 votos (36,4% dos votos válidos) enquanto Moacir recebeu 1.185 votos (63,6% dos votos válidos).

O vídeo da sessão mostra a presidente da Casa, Rosa Camargo (PT), pedindo calma, enquanto o colega de partido pulava pela mesa tentando alcançar o outro vereador. “Para Chico, pelo amor de Deus. Gente, pelo amor de Deus, aqui não é o momento. Não é assim. Somos adultos, então vamos manter a ordem na Casa”, disse a petista. Com a continuidade da confusão, a sessão foi suspensa.

Em nota, a Câmara Municipal afirmou que “estão sendo tomadas as medidas cabíveis em consonância com o Regimento Interno”, sem detalhar quais são essas providências.

Segundo o Regimento Interno da Casa, cabe à presidência estabelecer a punição a vereadores que cometerem excessos dentro do Legislativo. Essas sanções vão desde advertência pessoal até formalização de uma denúncia que pode cassar o mandato do parlamentar por falta de decoro. Para um vereador de Coronel Martins perder o mandato, é necessário que seis dos nove parlamentares votem pela cassação.

Arlenio Cecatto afirmou ter sido alvo de “ofensas graves e injustas” de Luiz Carlos Savi e admitiu ter agido sob “forte emoção”. “Diante dessas palavras que ferem minha honra e ultrapassam qualquer limite do decoro parlamentar, admito que, tomado por forte emoção, reagi de forma imediata”, disse por nota. “Sou humano, e não pude aceitar calado a tentativa de desqualificar minha integridade e a confiança que recebi dos eleitores”, acrescentou. O Estadão procurou Luiz Carlos Savi, mas não obteve retorno.

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