Vereadores tiveram três anos para votar as contas de Bomtempo
Só agora, às vésperas da eleição, vereadores (alguns eram de situação e hoje são oposição) começaram a falar na votação das contas do prefeito Bomtempo de 2016. Elas estão ‘liberadas’ para votação desde 22 de dezembro de 2020. Foi assim: Bomtempo teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado, onde recorreu e houve uma auditoria que, depois, confirmou a recusa. Bomtempo não concordou e recorreu à justiça pedindo uma auditoria da auditoria. Mas o Tribunal de Justiça do Estado indeferiu seus argumentos e ‘liberou’ a votação.
Engavetadas
A nova legislatura iniciada em 2021 teve a chance de colocar para votação e nada fez. Se passaram quase três anos e só agora os vereadores começaram a falar grosso e fazer pressão. Apenas alguns. Eis que as contas repousam na gaveta do presidente da Comissão de Finanças da Câmara, o líder do governo no legislativo, Gil Magno. Ele diz que funcionários da prefeitura fizeram uma auditoria e elencaram erros na avaliação do TCE. Seria a auditoria da auditoria da auditoria. O TCE, arguido, mandou seguir.
Prevaricação
E agora resta a Câmara votar. E não votando, configura um crime de prevaricação que podem ter cometido os vereadores ao engavetarem as contas. E a gente tem a seguinte dúvida: prevaricaram todos, só a Comissão de Finanças ou só a mesa diretora da Câmara? Considerando que depois das contas de 2016 de Bomtempo estão na fila as de Bernardo, de 2019 e 2020 e de Hingo, de 2021 e as de Bomtempo, de 2022, multiplica por quatro os crimes de prevaricação?
Sem maioria
O problema de votação das contas é que Bomtempo não tem maioria na Câmara. Para escapar da rejeição das contas ele precisa ter 2/3 dos vereadores como manda a lei. Pelas nossas contas, hoje ele tem oito vereadores, talvez sete.
Solta o ar
Castristas que haviam prendido a respiração desde o início do julgamento da cassação do mandato do governador, do vice e de outros nove envolvidos no caso ‘folha secreta da Ceperj’ puderam soltar o ar e respirar aliviados ontem. Pelo menos por enquanto. Castro e cia foram absolvidos pelo TRE da acusação de uso eleitoral pelo preenchimento de indicados para 27 mil cargos antes das eleições de 2022. Ministério Público e Marcelo Freixo – na época concorrente de Castro – que fizeram as denúncias à justiça eleitoral devem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. Mas, demora e deve rolar alguma outra novidade só depois de outubro.
Justificativa
Nas palavras de um dos desembargadores que votou pela absolvição, as contratações irregulares não aferem na lisura do pleito eleitoral. Ou seja, podem responder de forma administrativa e criminal, mas não na esfera eleitoral porque a diferença de dois milhões de votos sobre Freixo não mudaria com 27 mil indicados a cargos públicos, o que foi a tesa da defesa (e que a gente não levava fé, inclusive).
Saberemos em outubro
Pra gente, no caso para os candidatos a prefeito, volta ao que era antes, com o apoio de Castro sendo uma vantagem muito grande. Dizem eles.
Matando a gente de inveja
Essa é para a gente invejar: Areal vai receber um mega investimento em vinicultura. O empresário Roberto Medina vai estabelecer aqui na nossa vizinha a fazenda Rock in Rio, dedicada à produção de vinho. Com essa marca poderosa internacionalmente, não há dúvidas que vai ser sucesso.
Mais do mesmo
Ontem foi dia de mais uma audiência pública para debater a BR-040. Perdemos as contas de quantas foram e que resultaram em nada. A de ontem foi na Alerj discutindo a má conservação da estrada. E já teve na Câmara de Vereadores, várias na Alerj, na Câmara dos Deputados… Se bobear vai ter até na ONU. Mas, ninguém resolve nada. Normalmente são feitas em ano eleitoral.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 16 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
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