Veterinários alertam sobre doenças cardíacas em animais domésticos

23/09/2020 12:09

Quem dera se o coração de cães e gatos fosse só para distribuir amor para os tutores. O coração dos peludos também pode sofrer de doenças cardíacas e é mais comum do que se imagina. Em setembro, a medicina veterinária promove uma campanha de alerta e prevenção às doenças cardíacas em animais. O cardiologista veterinário Flávio Guilherme Lima, da Clínica Amigo Bicho, esclarece algumas dúvidas sobre as doenças. 

“Os sinais mais comuns são cansaço fácil, intolerância a exercícios e tosse, muitas vezes erroneamente associados ao envelhecimento”, explica o cardiologista. Sintomas que podem ser facilmente confundidos e por isso, o tutor deve estar atento ao histórico de saúde do animal. 

Nos cães as doenças de maior prevalência são as doenças degenerativas das valvas, especialmente a valva mitral, afetando principalmente raças de pequeno porte. O cardiologista explica que nos últimos anos, com novos recursos diagnósticos, os tumores cardíacos se tornaram a segunda doença cardíaca mais diagnosticada. O que é uma boa notícia para que o animal possa ter o tratamento adequado ainda mais rápido. “Cardiomiopatia dilatada, arritmias, doenças congênitas e hipertensão arterial pulmonar também são diagnosticadas, mas em menor frequência. Em gatos a incidência de doenças cardíacas é menor, sendo a cardiomiopatia hipertrófica a mais diagnosticada”, explica o especialista.

É comum que com o avanço da doença em cães possa ocorrer episódios de falta de ar e desmaios, perda de apetite e em alguns casos a morte súbita. Já nos gatos, os sintomas são mais inespecíficos, explica o cardiologista, podem incluir cansaço, intolerância a exercício, perda de apetite e falta de ar. Mas muitas vezes o único sinal é a morte súbita nos felinos. 

O tratamento deve ser iniciado com um diagnóstico correto do problema. Que pode ser a base de medicamentos ou até mesmo cateterismo ou cirurgia. “Com relação aos gatos existem algumas cardiopatias que são decorrentes de falta de aminoácidos. Então é importante que o animal tenha uma alimentação equilibrada, coma uma ração equilibrada para que não desenvolva algumas cardiopatias por deficiência nutricional”, disse Flávio. 

Algumas raças têm predisposição para cardiopatias de uma maneira mais grave, como é o caso dos cães das raças Dachshund, Cavalier king charles spaniel, Shih-tzu e Lhasa apso e nos felinos Maine Coon e Ragdoll.

“Para uma melhor qualidade de vida é importante que esse animal seja acompanhado com avaliações periódicas, doppler cardiograma, eletro, as vezes com holter. Em alguns casos com avaliação da pressão arterial para que tenha a doença sempre sobre controle. Com alguns medicamentos lançados a pouco tempo no mercado esta tendo uma sobrevida muito boa e com qualidade de vida”, disse o cardiologista.

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