Vila Rica realiza este mês segunda Feira de Talentos

18/10/2019 10:02

No domingo, dia 27 de outubro, de 9h às 16h, o Posto de Saúde da Família e a comunidade de Vila Rica, em Pedro do Rio, promovem a 2ª. Feira de Talentos de Vila Rica, com entrada franca, na Escola Municipalizada Santa Terezinha. O evento nasceu com o propósito de mostrar o que o bairro tem de melhor e promover maior integração entre os moradores. Como parte da programação acontecerá, também, o fórum para eleição dos membros da sociedade civil do Conselho Municipal de Saúde, de 10h às 12h.

Esta segunda edição da Feira de Talentos acontece dois meses após a primeira, que reuniu mais de 20 expositores, apresentando suas habilidades em peças de artesanato, culinária, hip-hop, passinho, ioga, zumba, capoeira, entre outros. Segundo Ana Paula Lorete, agente comunitária do Posto de Saúde da Família em Vila Rica, o sucesso da primeira Feira foi tamanho que os moradores logo se mobilizaram para realizar esta segunda edição, com a participação de mais dez novos expositores. “Deu tão certo que a comunidade está motivada e não quer parar! A ideia é consolidar a Feira de Talentos como uma atividade permanente do bairro e que, desta mobilização, surja uma rede de economia solidária em Vila Rica”, conta, entusiasmada, a agente de saúde.

Primeira Feira de Talentos de Vila Rica. Divulgação/Fiocruz

A mostra é fruto de um engajamento comunitário que vem acontecendo no bairro desde 2017, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde – SMS e do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis. O trabalho em parceria destas duas instituições está expresso em um acordo de cooperação que prevê ações continuadas e consecutivas para a promoção da saúde pública em territórios de atuação da Estratégia de Saúde da Família – ESF, em Petrópolis. A iniciativa teve início com diagnósticos rápidos participativos (DRP) de comunidades, envolvendo moradores e agentes comunitários de saúde.

Segundo Marina Rodrigues, pesquisadora social do Fórum Itaboraí, mais do que oferecer um retrato dos territórios estudados, esta metodologia contribuiu com a ressignificação do olhar e maior envolvimento dos profissionais de saúde com as condições de vida das populações que vivem naqueles lugares. “Este trabalho se desdobrou no fortalecimento e apoio orientado às equipes de saúde da família de oito territórios petropolitanos, sendo um deles Vila Rica, e estes profissionais vêm trabalhando na promoção da saúde integral, não apenas o olhar sobre a doença”, explica Marina.

“E como parte fundamental deste trabalho está o estímulo à participação social, ao engajamento comunitário para a constituição de Conselhos Locais de Saúde, que são espaços onde possam ser discutidas questões que vão além da dimensão da saúde propriamente, mas também outros problemas comunitários que afetam a qualidade de vida daquela população, como, por exemplo, questões de transporte, lazer, assistência social, cultura, segurança, entre outros. Porque isso é saúde”, acrescenta a pesquisadora, informando que a constituição de Conselhos Locais está prevista na Lei Municipal Nº 7.705, de 12/09/2018, e que este, em Vila Rica, é o quarto de oito Conselhos Locais de Saúde previstos no acordo de cooperação, sendo os outros três já em operação no Amazonas, no Sargento Boening e na comunidade 1º de Maio/Madame Machado.

Na primeira edição da Feira de Talentos de Vila Rica, uma comissão constituída por seis moradores e por toda equipe da Estratégia de Saúde da Família do bairro divulgaram e explicaram aos moradores o que é e qual o papel do Conselho Local de Saúde. “Foi fundamental que este trabalho de informação e conscientização tenha acontecido na Feira de Talentos, pois, naquele momento, os moradores estavam se conectando a partir do que o bairro tem de melhor, do que é produzido pelas próprias pessoas que vivem ali. Então, neste contexto, eles puderam perceber que juntos podem realizar algo mais grandioso e que, participando, podem direcionar soluções para as suas próprias necessidades, sem ter que delegar isso para terceiros”, explica Eliane Quinan, Gerente da Atenção Básica nos territórios.

O Conselho Local de Saúde tem paridade entre membros locais e representantes do poder público em sua constituição, ou seja, é formado por quatro integrantes titulares da comunidade e quatro profissionais da gestão pública, além de um suplente para cada membro titular. Entre os membros da gestão pública, dois pertencem ao gestor municipal e os outros dois representam os profissionais que atuam na unidade de saúde do território. Quanto aos representantes da sociedade civil, estes devem ser moradores do território em questão e são eleitos em um fórum, aberto a participação de todos. Para se candidatar, a pessoa interessada deve, portanto, comprovar endereço e estar presente no decorrer de todo o fórum.

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