02/09/2023 08:00
Por Afonso Vaz

Vimos percebendo, há algum tempo, em decorrência de narrativas a nós transmitidas por amigos, que muitas pessoas, obviamente sem generalizar, vêm adotando atitudes reprováveis por ocasião de diálogos mantidos, alguns até os mais corriqueiros.

Outrossim, em certas situações, queixam-se de que o ser humano esteja despido de caráter, mentem sequer “sem ficarem vermelhos”;  fingem e alguns deixando escapar escabrosos sentimentos, tais como a inveja e a falta de amor e generosidade.

Na nossa modesta opinião, quer parecer que se tratam de seres realmente doentes e que devam buscar ajuda médica, rapidamente.

Alguém dentro desta mesma linha, esbaforido, grita: “…estamos convivendo com a brutalidade e até com “amigos” que possamos intitulá-los “amigos da onça”, conforme o ditado popular.

Refletindo com mais vagar, arriscamo-nos sugerir que deveriam adotar a saudável prática da boa leitura, que certamente acalma e mantém as mentes mais tranquilas – um bálsamo para os nervos e a consciência.

A nosso ver, a título de aconselhamento, vimos propor também a tais pessoas a leitura de trovas, as quais, na sua grande maioria, encerram sentimentos, em apenas quatro versos, de bons aconselhamentos, mensagens de amor, amizade e carinho, com relação àqueles que se encontram “naufragando em mares bravios”.

Permitimo-nos, assim, transcrever algumas que seguem:

Cuidado amiga! Tem calma!

Não blasfemes contra o amor!

– Porque o Frio que tens n’alma

amanhã será Calor”.

(David Passerino – poeta, nascido em Joinville – SC, em 1936).

Lá vai outra contendo rica mensagem:

“O meu coração te dei,

Me ofertaste a ingratidão…

Hoje tens dois corações…

Ó mulher sem coração”.

(Luiz Homero de Almeida – advogado e promotor, nascido em Felizburgo, MG, em 1928).

E mais duas outras:

“Que haja amigos não contesto,

pois, dêles é a vida farta.

Um ou dois… e são o resto

amigos de fim de carta”

(Cônego João de Deus)

“Amizades são incertas,

 ao fazê-las, desconfia:

esta mão que agora apertas,

bem pode espancar-te um dia”.

(Bastos Tigre – jornalista, poeta, teatrólogo, humorista, nascido em Recife PE, em 12.3.1882).

Finalmente, mais três quadrinhas:

“As almas de muita gente

São como o rio profundo:

A face tão transparente

e quanto lôdo no fundo”.

(Belmiro Braga – poeta, nascido em Juiz de Fora – MG -, tendo falecido em 31.3.1957).

“Feliz de quem busca amigos

entre homens bons e singelos,

quem aos porcos se mistura,

aprende a comer farelos”

(Tapajós de Araújo, poeta e prosador, nascido em Belém do Pará aos 25 de abril de 1894).

“Do orgulho, conforme vês,

tenho opinião formada:

é a senhora Estupidês

com presunção de educada”.

(Lilinha Fernandes – poeta e jornalista, nascida no Rio de Janeiro.

Muitas trovas transcritas da autoria de excelentes trovadores que as fizeram vir à lume.

Se acaso algumas mensagens cujos fundamentos puderem penetrar n’alma de tantas pessoas que as precisam conhecê-las, já nos sentiremos felizes e contentes.

Concluindo, gostaríamos de encerrar este “festival de belíssimas trovas” com a esplendorosa quadrinha da já aludida poeta e trovadora Lilinha Fernandes:

“Meus filhos! Minha alegria!

Dentro de minha pobreza,

nunca pensei ter um dia

 tão opulenta riqueza.”

“O remédio” está receitado, só cumpre aos mais necessitados aprenderem a viver bem e na paz para com seus semelhantes.

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