Volta de Ronaldão e Luizinho Sorriso para a Câmara abre caminho para o retorno de Paulo Igor e outros dois vereadores
O retorno dos vereadores Ronaldão e Luizinho Sorriso à Câmara Municipal, após um ano de afastamento por ordem judicial, pode abrir caminho para a volta de outros parlamentares também investigados por irregularidades na Casa na operação batizada de Sala Vip. O ex-presidente Paulo Igor, assim como Wanderley Taboada e Reinaldo Meirelles tentam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que os efeitos do habeas corpus concedido a Ronaldão e Luizinho sejam estendidos também a eles. Todos são réus no mesmo processo, que apura a origem e o destino do dinheiro encontrado na casa de Paulo Igor em abril de 2018, durante outra investigação, referente à Operação Caminho do Ouro.
Se a Justiça conceder também a eles o habeas corpus, determinando seu retorno às suas cadeiras no Legislativo Municipal, Meirelles e Taboada reassumem suas funções. Já Paulo Igor ainda terá que enfrentar mais uma batalha. Isso porque há três decisões judiciais determinando seu afastamento da Câmara. Em uma – referente à Operação Caminho do Ouro – ele já conseguiu o habeas corpus. Se conseguir também na investigação da Operação Sala Vip, restará, ainda, uma terceira ordem de afastamento, por atrapalhar investigações que apuram o desvio de recursos na Câmara Municipal. Ele teria destruído provas importantes para o processo.
Segundo o advogado de Paulo Igor, Afonso Destri, o pedido está baseado no fato de o ex-presidente da Casa ter sido afastado por medida cautelar. “O afastamento dele da Câmara Municipal foi uma decisão cautelar que não pode ser perene. O mandado termina em dezembro e ele está afastado da Câmara há mais de um ano”, diz, referindo-se à investigação da Operação Sala Vip. Ele acredita que a decisão será favorável e deve sair nos próximos dias.
Segundo o advogado, a defesa já pediu a recondução do vereador ao cargo também no terceiro processo. “No primeiro processo, a decisão de afastamento foi revogada. O segundo é o que entramos esta semana pedindo a extensão dos efeitos da decisão. Já no terceiro processo, já pedimos a revogação do afastamento e ainda estamos aguardando uma definição”, explicou o advogado.
Entenda
Paulo Igor foi afastado das funções na Câmara Municipal em abril de 2018, quando uma operação do Ministério Público para apurar crime de peculato e fraude em licitação no Legislativo (processo aberto a partir da operação Caminho do Ouro, na qual o vereador Dudu também é réu) encontrou na sua casa R$ 155 mil e US$ 10,3 mil. Parte deste dinheiro estava escondido no compartimento do motor da banheira de hidromassagem, separado em maços com papéis que informavam iniciais de nomes que, segundo a investigação, indicavam os vereadores que receberiam o montante.
A localização do dinheiro gerou outra ação porque, segundo o Ministério Público, tratava-se de propina paga pelo então presidente da Casa, vereador Paulo Igor, aos demais parlamentares, em troca de apoio político.
Nesta investigação, o Ministério Público diz que Paulo Igor destruiu provas, citando momento em que o vereador desinstalou de seu celular o aplicativo whatsapp, impedindo o acesso às mensagens. Isso acabou gerando a abertura de outro inquérito, no qual o ex-presidente da Câmara Municipal também já é réu.
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