VSR tem causado mais mortes de crianças do que Covid-19 no Brasil, alerta Fiocruz

26/abr 14:51
Por Lara Castelo / Estadão

O Vírus Sincicial Respiratório – conhecido pela sigla VSR, causou mais mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças menores de dois anos do que a Covid-19, nas últimas oito semanas. É o que indica o boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisa os casos de óbitos e internações provocadas por SRAG em todo o país, publicado nesta quinta-feira (25).

De forma geral, o documento feito com base em dados da semana epidemiológica 16°, que foi de 14 a 20 de abril, aponta para o crescimento no número de internações provocadas por SRAG na maior parte do país, com destaque para as causadas pelo VSR, Influenza A (da gripe) e rinovírus. A circulação mais intensa do VSR é o que tem motivado um aumento expressivo da incidência e mortalidade de SRAG nas crianças de até dois anos de idade, conforme aponta a Fiocruz.

Segundo o boletim, mesmo que a Covid-19 apresente uma aparente queda ou estabilidade em patamares baixos, ela ainda é a principal causa de mortalidade por SRAG entre os idosos. Apesar disso, com o aumento da circulação do vírus da Influenza A, causador da gripe, o número de óbitos provocado por esse quadro vem se aproximando dos de Covid-19, especialmente no último mês, de acordo com o relatório.

De acordo com o boletim, 23 Estados apresentam tendência de crescimento dos casos de SRAG no longo prazo. São eles: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

O VSR

Trata-se de um vírus bastante frequente em crianças pequenas. Estima-se que, de cada dez crianças, quatro a seis são infectadas pelo VSR no primeiro ano de vida, e quase 100% até os dois anos.

Outra característica do VSR é a sazonalidade: ele circula principalmente no outono e no inverno, em especial nos meses de maio e abril. Nos últimos anos, contudo, esse ciclo foi atípico. Durante a pandemia, devido ao isolamento social, ele circulou menos. Mas, agora, parece ter retomado o ritmo, o que ajuda a explicar o aumento de infecções.

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