Vultos da Cultura Goiana

27/03/2020 00:01

Poeta e historiador, desde a adolescência Coelho Vaz vem demonstrando seu interesse pela história do seu estado natal, Goiás. Seus trabalhos no gênero iniciaram-se com  a edição de Vultos catalanos (1959). Tendo apenas dezenove anos, inaugurava ali a sua carreira de historiador que, com a valorização das letras da cidade de Catalão, deixou-o em condições bastante favoráveis para prosseguir no gênero. Seguiram-se mais alguns livros, dos quais é importante  citar a pesquisa histórica Memória do Poder Judiciário de Goíás (1998) e o volume Academia Goiana de Letras – história e antologia (2008), admirável pesquisa que faz honra e justiça ao labor constante de Coelho Vaz. E isso sem desmerecer – pelo contrário – a criação de uma excepcional obra poética, sobre a qual já tive a ocasião de me pronunciar. 

Surgiu agora seu livro Vultos das letras goianas (Goiânia: Editora Prime, 2019). Trata-se do registro biográfico, literário e cultural de nove nomes goianos, a saber: Altamiro de Moura Pacheco, Bernardo Élis, Demóstenes Cristino, Gastão de Deus Victor Rodrigues, Humberto Crispim Borges, José Lopes Rodrigues, José Mendonça Teles, Ursulino Leão e Zoroastro Artiaga. 

Todos, em maior ou menor grau, deixaram uma obra relevante e, vivos ou mortos,  podem ser chamados de “goianos ilustres”,  a começar por Altamiro de Moura Pacheco. Escritor,  médico e político, deixou-nos diversas obras, tanto de medicina como de literatura, cabendo destacar Realidade e ficção (1972), Sonhando com minha terra (1974), etc. Bernardo Élis é nome fundamental. Membro da Academia Brasileira de Letras, publicou principalmente Ermos e gerais (1944), O Tronco (1956) e Veranico de Janeiro (1966). Poeta e juiz de direito, Gastão de Deus Victor Rodrigues, catalão, é autor, entre outros, do livro de poesia  Agapantos (1905). Ficcionista, historiador e militar, Crispim Borges publicou, ente alguns outros, Chico Melancolia (livro de contos, 1967). Professor e poeta, José Lopes Rodrigues é autor de Vibrações (poesia, 1949). O nome de José Mendonça Teles é bastante conhecido justo por ser um infatigável escritor, memorialista e historiador das letras goianas. Entre suas obras convém destacar  A Cidade do ócio (contos, 1970), Em defesa de Goiânia (1988), Crônicas da Campininha (1997) e Dicionário do Escritor Goiano (2000). Grande prosador, Ursulino Leão nos deixou em 2018 e foi excelente ficcionista, autor do romance Maya (1949). E Zoroastro Artiaga, ilustre pesquisador e historiador, jornalista de mérito, escreveu várias obras históricas, entre as quais Geologia Econômica de Goiás (1947), Síntese da história e da geografia de Goiás (1948) e História de Goiás (1961). Tal é, resumidamente, o notável  livro de Coelho Vaz, que merece leitura atenta.                         

         

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