Wellington Dias: novo governo passará ‘pente fino’ ante fraudes no Bolsa Família

26/12/2022 13:01
Por Eduardo Rodrigues e Amanda Pupo / Estadão

O futuro ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI), confirmou nesta segunda-feira, 26, que o novo governo irá passar um “pente fino” no cadastro do Bolsa Família, utilizando inclusive dados georreferenciados do Censo de 2022 para excluir do programa beneficiários que fraudaram suas inscrições.

“O objetivo principal é assegurar o direito a quem conseguiu acesso ao benefício. Durante esse último período, tivemos várias ações inclusive com o uso eleitoral do auxílio e suspeitas de fraudes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também quer eficiência, e se alguém praticou alguma fraude, se está recebendo ilegalmente, vamos agir conforme manda a lei”, afirmou, ao chegar ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).

No começo de dezembro, o governo de transição chegou a citar até 2 milhões de famílias unipessoais listadas indevidamente no Auxílio Brasil. Hoje, Dias evitou falar em números. “Temos um cadastro muito grande, com cerca de 90 milhões de pessoas. Tem coisas estranhas, cresceu muito o número de famílias unipessoais. Vamos ter uma coisa nova e importante que é o esforço para concluir o Censo do IBGE, que inclusive trabalha com georreferenciamento. Isso vai garantir uma eficiência na análise dessa base de dados, com muito cuidado. Lula quer que tudo seja feito de forma muito humana, evitando injustiças, com oportunidade de defesa”, completou.

Dias ainda deu a entender que o atual governo não agiu para evitar fraudes no recebimento do Auxílio Brasil, uma vez que a revisão do cadastro só ocorreria em janeiro. “É estranho que, com denúncias formais ainda do primeiro semestre, somente no finalzinho do mandato se adote medidas como essa. Primeiro queremos tratar com muito cuidado e responsabilidade. Assumindo o mandato, teremos todas as equipes de diferentes áreas, integradas com Estados e municípios, para fazermos uma busca ativa para não deixar ninguém para trás e para garantir que o dinheiro público não será usado de forma ilegal”, acrescentou.

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